Certificando um projeto desenvolvido em BIM

Muitos projetistas vêm adotando a modelagem da informação da construção (BIM – Building Information Modeling) para o desenvolvimento de seus projetos.

Porém, o uso do modelo para elaborar avaliações e extrair documentos relacionados ao desempenho ambiental do projeto ainda não é amplamente praticado.

Pelo contrário: nota-se que, na maior parte dos casos, o uso de BIM ainda se encontra restrita a alguns usos, como, por exemplo, para a elaboração de quantitativos e o planejamento da fase de construção.

Por onde começar?

É necessário definir se o projeto a ser modelado buscará uma certificação ambiental ainda na Fase de Planejamento do empreendimento. Ter em vista que o modelo será usado para a realização de análises e simulações de desempenho, desde as etapas iniciais do projeto, é pré-condição para que este seja elaborado adequadamente.

Muitas vezes, quando se decide pela elaboração destas avaliações, os dados e as propriedades modeladas são insuficientes ou inadequados, impossibilitando a geração de resultados confiáveis.

Um projeto desenvolvido utilizando tecnologias de BIM pressupõe a modelagem de informações geométricas de elementos construtivos (tais como: tamanho, localização e orientação) e de informações não geométricas, ou seja, dados e propriedades, dentre os quais estão: materiais, propriedades térmicas, refletância e especificações técnicas (FRANÇA, 2016; ASHRAE, 2009).

Nesse contexto, para que o modelo seja adequado à extração das informações necessárias à certificação ambiental deve-se, primeiramente, determinar quais os critérios de desempenho pertinentes ao projeto – o que inclui a determinação do nível de certificação pretendido.

Além disso, para o sucesso da adoção de processos de BIM para o desenvolvimento de um projeto multidisciplinar (AIA, 2007), é importante definir quais os programas computacionais a serem empregados pelas diferentes equipes envolvidas no processo de modelagem. Deste modo, é possível contornar eventuais restrições relacionadas à interoperabilidade entre as ferramentas adotadas, de modo a possibilitar o acesso dos membros de equipes de diferentes disciplinas às informações necessárias à certificação (FRANÇA; ORNSTEIN, 2016).

Quais são as vantagens de se utilizar o modelo BIM para elaborar análises de sustentabilidade?

Dentre os usos que, potencialmente, podem ser aplicados ao modelo elaborado em BIM, com vistas à certificação LEED BD+C – Novas Construções e Grandes Reformas, estão:

Simulações de desempenho, como para a avaliação da eficiência energética e do sistema de iluminação natural.

Avaliações relacionadas às especificações de projeto, por meio da verificação dos percentuais de materiais ambientalmente responsáveis (como, por exemplo, conteúdo reciclado, baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, reúso e materiais renováveis).

Documentação de equipamentos, suas características técnicas e localização, aspecto necessário ao processo de comissionamento, entre outras possibilidades.

Observado o planejamento adequado do processo de modelagem, as análises de sustentabilidade podem ser adotadas satisfatoriamente.

Nesse caso, as análises de sustentabilidade é possível obter ganhos relacionados à eficiência e confiabilidade das informações. Além disso, se torna muito mais fácil e rápida a checagem dos níveis de atendimento às metas ambientais determinadas, o que permite um controle muito mais eficiente do desempenho do empreendimento, ao longo das diferentes fases de desenvolvimento do projeto.

Para saber mais sobre como avaliar e documentar o desempenho ambiental de seu projeto elaborado em BIM inscreva-se no curso BIM (Building Information Modeling) aplicado à certificação LEED BD+C!

As inscrições já estão abertas no site do GBC Brasil.


Autor: Dra. Ana Judite Galbiatti Limongi França, Arquiteta e Urbanista, Professora do curso do GBC Brasil sobre BIM (Building Information Modeling) aplicado à certificação LEED BD+C e Diretora técnica da OTEC, para o Blog Green Building Council.