A importância da produtividade nos negócios

O Brasil passou por muitas mudanças desde a abertura econômica no início dos anos 90. Costumo dizer que tivemos ali um segundo descobrimento. Foram muitos avanços em todas as áreas, tanto públicas, privadas e sociais, em praticamente todos os setores, seja na política, economia e educação.

A implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal, o maior controle das contas públicas, a criação de ouvidorias, entre outras medidas, deram maior dinâmica e transparência nas atividades do estado, mesmo que ainda estejamos muito distante de uma situação ideal.

Os negócios passaram por uma verdadeira revolução, tendo como mola propulsora a chegada de muitas empresas multinacionais, atraídas pelo grande potencial de consumo local, menor competitividade e margens mais elevadas.

Entre as mudanças promovidas pela globalização no Brasil, o grande aumento na oferta gerou maior competitividade interna, elevação no nível de qualidade e inovação, assim como também reduziu as margens individuais dos produtos, fazendo com que muitas empresas locais não conseguissem sobreviver nesse novo cenário.

Importamos vários modelos e ferramentas de gestão que envolvem diversos setores das empresas, como: downsiging, reengenharia, estrutura matricial; qualidade total; produção enxuta; mix de marketing; segmentação de mercado; posicionamento; gestão da marca; gestão por competências; coaching; matriz SWOT, entre outras. Para compreender e replicar internamente essas ferramentas, vários profissionais tiveram que se qualificar, lotando os bancos de graduações e MBA’s das IES.

Por maior que seja a sofisticação e potencial de mudança proposta por qualquer ferramenta, ela não garantirá eficácia, dependendo principalmente dos processos de implantação e controle, que como se sabe, repousa na capacidade das pessoas envolvidas nas respectivas tarefas.

Em determinados campos a inovação tem impacto decisivo, principalmente sobre produtos de alta tecnologia, mas a produtividade é fundamental para qualquer empresa, de qualquer tamanho e em qualquer setor.

Fazer mais com menos e aumentar a sinergia são alguns ideais cada vez mais propagados em palestras, revistas de negócios, reuniões e treinamentos, contudo o efeito será nulo caso esses valores não sejam internalizado pelas pessoas, modificando seus modelos mentais e suas atitudes no dia a dia.

Gosto de adotar um raciocínio bem simples, baseado numa operação algébrica elementar, em que L (lucro) = R (receita) - D (despesa). Esta operação conceitualmente alinha-se bem com a lógica da produtividade. A busca efetiva por maior lucratividade pode ser alcançado aumentando proporcionalmente as receitas em relação às despesas, num movimento similar, reduzindo as despesas frente à receita, e no melhor cenário, aumentando receitas e reduzindo despesas concomitantemente.

A seguir algumas iniciativas com viés para produtividade:

1. Estabelecer Visão, Missão e Valores;
2. Mapear processos;
3. Desenvolver indicadores de performance;
4. Estabelecer metas de desempenho;
5. Comunicar resultados aos colaboradores;
6. Adotar remuneração variável baseada em metas;
7. Implementar práticas de gestão de conhecimento (melhores práticas; check-lists; fluxogramas...)

Quando bem aplicada, a gestão baseada em processos e metas de desempenho pode impactar positivamente os resultados da empresa, uma vez que ajuda a padronização dos produtos e serviços, a visualização sistêmica da empresa, os pontos fortes e fracos, os setores mais rentáveis, assim como o nível de entrega dos colaboradores, facilitando o gerenciamento, deste a etapa de planejamento até o controle.

Desde os primórdios da Administração moderna, no final do século XIX, o aumento da produtividade com a racionalização das tarefas teve grande destaque. Nos tempos atuais está sendo decisiva para a sobrevivência e crescimento das empresas, e certamente no futuro continuará determinando quais competidores estarão na vanguarda, devendo ser encarada como um valor, um pano de fundo para todas as operações, em todos os setores e níveis hierárquicos.

Autor: Eduardo Teles

Artigo publicado originalmente no site http://www.administradores.com.br