Comitê define diretrizes para novo modelo de gestão na construção civil com o BIM

Os integrantes do Comitê Estratégico de Implementação do Building Information Modelling (BIM), criado por meio de decreto presidencial em junho, deram nesta quarta-feira o primeiro passo formal para a formulação da Estratégia Nacional de Disseminação de BIM. Durante o primeiro encontro do Comitê, realizado no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), foi aprovado o regimento interno do colegiado e a formação dos grupos de trabalho, que devem ter as atividades concluídas até julho de 2018.

O BIM é um modelo de gestão de informação que aumenta a produtividade e reduz custos e riscos na construção civil. Por meio desta tecnologia, associada a processos, é possível planejar e executar a obra com mais qualidade, antecipando problemas, o que contribui para a redução de atrasos e desperdícios.

“Vemos que a manufatura mundial passa por um processo de transição tecnológica e nós temos de nos adaptar a essa tendência. O mercado vai reagir e cabe ao governo orientar”, explica Igor Calvet, secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial. Segundo ele, a criação do Comitê Estratégico deve promover a competitividade das empresas brasileiras.

Por fornecer informações precisas sobre quantidade e qualidade de materiais e prazo da construção, o BIM promove a transparência de processos licitatórios e compras públicas. Entre os impactos da inovação estão a intensificação do uso de novas tecnologias e o alinhamento com manufatura avançada.

Além do MDIC, que preside o CE-BIM, há também representantes da Casa Civil, dos Ministérios da Defesa, do Planejamento, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e das Cidades, além da Secretaria Geral da Presidência da República, no comitê. Hoje foi definida a composição do Grupo de Apoio Técnico (GAT-BIM), integrado somente por representantes do governo e responsável por elaborar notas e pareceres técnicos.

O Comitê Estratégico validou, ainda, a proposta do MDIC de criação de cinco grupos Ad Hoc, que terão atuação temática e a participação voluntária de especialistas em BIM, representantes do setor privado e do governo. Inicialmente, devem se concentrar em cinco grandes questões específicas: regulamentação, infraestrutura tecnológica, plataforma BIM, compras governamentais e capacitação em recursos humanos.

Órgãos como o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), DNIT, Sebrae, ABDI, Infraero e Ministérios dos Transportes e da Saúde já confirmaram que terão representantes no debate. As conclusões deverão amparar as decisões tomadas pelo governo.

Plataforma BIM

Além de apontar parâmetros para o estímulo ao uso do BIM tanto pelo setor público, por meio da adequação de normas, editais de licitação, entre outras medidas, o governo deve facilitar o acesso a esta ferramenta. A proposta é lançar, em 2018, uma plataforma de acesso público e gratuito, via internet, com recursos de download e upload de objetos virtuais e templates, e um sistema de gerenciamento e validação de bibliotecas BIM. O projeto será desenvolvido pelo MDIC em convênio com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Também serão elaborados guias sobre processos, elaboração e contratação de projetos, entre outros temas.

O planejamento do Comitê ainda prevê nos próximos meses o mapeamento de aspectos legais, eventos de sensibilização da indústria da construção e realização de estudo econométrico.


Fonte: Site do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.




Autor: Redação SindusCon-SP, em 16/10/2017.

Imagem: MDIC.gov.br.