Britânicos planejam construir hidrelétricas no mar

Um ousado plano britânico pretende construir a primeira hidrelétrica no mar. O projeto consiste em erguer um paredão de concreto de 9 quilômetros, em forma de “U”, que envolveria parte da Swansea Bay, no País de Gales. Vinte e nove turbinas submersas seriam movimentadas pelo fluxo das marés. Segundo os cálculos dos projetistas, a usina pode gerar 350 megawatts de energia por dia, o suficiente para abastecer 150 mil casas. Ao contrário das hidrelétricas instaladas em rios, que precisam abrir suas comportas para controlar o fluxo de geração de energia e a vazão do reservatório, a usina no mar seria regulada pelas marés.

O projeto está estimado em 1,3 bilhão de libras – cerca de 6,8 bilhões de reais. O dinheiro viria de um consórcio de empresas de tecnologia da Grã-Bretanha, batizado de Tidal Power Lagoon. Sobre a estrutura da barragem será construído um parque linear para ser explorado pelo turismo.

Se o protótipo na Swansea Bay for bem sucedido, o consórcio já planeja construir o mesmo modelo de hidrelétricas em outros cinco pontos da Grã-Bretanha: Cardiff, Newport, Colwyn Bay, Bridgwater Bay e West Cumbria. Isso demandaria investimento de 15 bilhões de libras – aproximadamente 75 bilhões de reais. “O aspecto relevante deste tipo de hidrelétrica é que ela não depende dos caprichos da meteorologia. A operação dela é previsível. Sabemos exatamente quando a maré ficará alta e quantas vezes isso ocorre no ano. Outro detalhe é que elas serão construídas para ter vida útil mínima de 120 anos”, ressalta Mark Shorrock, presidente-executivo do consórcio.

Um dos desafios da obra é produzir um concreto que seja resistente à água do mar e que não sofra patologias ao longo do tempo. As pesquisas para tornar o material imune, a partir de sua matéria-prima, estão sob a liderança da geóloga e pesquisadora de concreto, Marie Jackson, da Universidade de Utah. Em artigo publicado na revista American Mineralogist, a especialista avalia que as características do “concreto romano”, que após 1.500 anos ainda mantém estruturas em pé na capital da Itália, possa ser o caminho para conseguir produzir um material com alta resistência e durabilidade. 

Por usar cinza vulcânica, o concreto romano é rico em tobermorita aluminosa e phillipsita, considerados ingredientes-chave para a longevidade do material. Em contato com a água do mar, os elementos se expandem, preenchem os vazios e fortalecem o concreto. A análise faz parte do artigo que Marie Jackson escreveu na American Mineralogist. Seu desafio agora é encontrar esse mesmo grau de resistência para o concreto que será usado nas hidrelétricas marítimas. As pesquisas devem chegar a uma conclusão em 2018, pois em 2019 o consórcio pretende iniciar a construção do primeiro protótipo.

Clique aqui para acessar vídeo de como funcionará a hidrelétrica marítima.


(Com informações do Massa Cinzenta)


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Autor: CBIC, Newsletter 6019 de 18/01/2018.

Imagem: Divulgação.