Gerenciamento de Projetos e BIM

A GESTÃO DE PROJETOS

A gestão de projetos, no qual projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único e exclusivo (PMBOK – Project Management Body of Knowledge), é a aplicação de técnicas, conhecimentos e habilidades para garantir que um projeto tenha sucesso. Quando realizada de forma adequada e estruturada é vista como um dos fatores vitais para o sucesso de um empreendimento, seja ele qual for.

A todo momento, em rodadas de brainstormings nas empresas, surgem ideias e mesmo quando executadas pelos mais gabaritados profissionais, podem fracassar ou não atingir o resultado esperado se não houver uma boa gestão e acompanhamento do projeto.

Abaixo, estão indicados seis itens a serem observados para uma boa eficiência na gestão:

1. Desenvolva uma equipe completa e eficaz;

2. Conheça os stakeholders do projeto;

3. Defina objetivos claros e inteligentes para a equipe;

4. Facilite o processo interno de comunicação;

5. Monte um cronograma e subdivida as entregas;

6. Conte com um bom sistema de gestão de projetos.

Na construção civil essa gestão de projetos não é uma tarefa fácil, pois há uma série de variáveis e indefinições que podem prejudicar a eficiência e resultar na distorção dos objetivos pré-estabelecidos. Para obter melhores resultados grande parte das empresas do setor, nos últimos anos, utilizam uma outra metodologia que possui muita sinergia com as premissas e filosofia do Gerenciamento de Projetos: o BIM (Building Information Modeling).

Mas o que é o BIM? Em quais fases do projeto posso aplicar essa metodologia? Quem são os stakeholders?

O BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)

Building Information Modeling, traduzido como Modelagem da Informação da Construção, conceitualmente é uma metodologia que reúne Pessoas, Processos e Tecnologias que, de forma colaborativa, permite maior controle e exatidão em projetar, construir e operar edifícios. A partir de maquetes eletrônicas 3D, utilizando softwares, é possível a extração de diversas informações dos modelos tridimensionais, possibilitando a antecipação de decisões estratégicas, e consequentemente a obtenção de melhores resultados, sejam eles a redução do custo, redução do prazo total de execução, aumento da qualidade do produto e/ou a melhoria da comunicação dos stakeholders.

Frente a explicação mais teórica, o próximo passo vem sempre com a icônica pergunta? O que você / sua empresa deseja com o BIM?

É trivial que essa pergunta acompanhe as pessoas envolvidas durante todo ciclo de vida do projeto, para que expectativa em torno do assunto seja bem definida e clara. Deve-se incluir na rotina reuniões internas e estudos sobre a metodologia BIM, pois há constantemente novas tecnologias complementares aparecendo e novos cases a serem estudados, permitindo assim uma maior variedade nos produtos e resultados possíveis de serem extraídos dos modelos. 

Para que os projetos tenham maiores chances de obterem sucesso, respeitando-se o prazo e dentro dos custos provisionados, parâmetros raros atualmente, é necessário criar um documento que norteie os envolvidos quanto ao desenvolvimento do projeto, visando elevar a eficácia e desempenho dos processos e a entrega de resultados adequados aos objetivos traçados.

Esse documento se chama BIM Mandate, ou Plano de Execução BIM.

No documento é possível encontrar informações, com o indicativo sobre as atribuições e responsabilidades de cada um dos envolvidos no projeto, quais serão os entregáveis (indicando o formato de arquivo), cronogramas de entrega, informações a serem inseridas no modelo, entre outras. Na DOX Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Imobiliário esse documento é utilizado na coordenação de projetos, apresentando para os projetistas, os requisitos genéricos e os requisitos específicos de cada disciplina de projeto, com caráter mandatório.

Além da compatibilização de projetos, a metodologia BIM aliada aos softwares presentes no mercado, pode fornecer ferramentas para diversas outras necessidades da construção civil. O modelo 3D pode vir acompanhado de análises profundas com adições e interações de outras dimensões como: prazo, orçamentação, análises de sustentabilidade, operação e manutenção. É o que chamamos de BIM 4, 5, 6 e 7D, respectivamente.

OUTROS PRODUTOS UTILIZANDO A METODOLOGIA BIM

BIM 4D

A quarta dimensão refere-se a área de planejamento, denominada 4D. O processo de planejamento na metodologia, foi desenvolvido para possibilitar simulações gráficas do processo de construção vs tempo. Ou seja, ao adicionar o componente tempo (através de softwares de planejamento) ao modelo 3D é possível visualizar diferentes estágios da construção e simular etapas construtivas.

Como vantagens do BIM 4D é possível listar:

1. Geração de cronogramas melhores;

2. Aperfeiçoamento da programação das atividades;

3. Simulações e reprogramações de serviços e seus impactos;

4. Informações mais acessíveis no modelo – melhores visualizações do que e quando será construído;

O mais comum é realizar a integração do cronograma (EAP) com o modelo antes do início da execução da obra, utilizando informações provenientes da expertise dos profissionais da construtora. Porém, por não envolver as empreiteiras especializadas em seus serviços e a equipe inteira de produção, a quantidade de replanejamentos necessários torna-se robusta e isso resulta em diversos retrabalhos na integração da EAP com o modelo tridimensional.

BIM 5D

Para fins de orçamentação, medições e contratações de materiais e serviços na obra, ao alinhar a extração de quantitativos e custos com o modelo, a referência é o BIM 5D. 

Os softwares presentes no mercado, com suas peculiaridades, permitem a extração automática das quantidades de um projeto através do modelo, tendo como output unidades, áreas, volumes dos materiais e equipamentos que serão utilizados no projeto, agilizando o processo que ainda é muito manual e resultando em uma maior precisão e previsibilidade para os fins do 5D.

BIM 6D e 7D

Ainda menos utilizados nos projetos nacionais, encontram-se as dimensões 6D e o 7D. O primeiro refere-se a união da aplicação do BIM em simulações de desempenho energético e itens de sustentabilidade, enquanto o segundo refere-se ao controle de facilities management (operação e manutenção) dos empreendimentos, etapa onde a edificação já está habitada, com o auxílio do projeto as built aperfeiçoado pelo modelo 3D.

A IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS 

A metodologia BIM permite a antecipação das principais decisões em relação ao projeto, quando o seu impacto é maior e o custo das alterações é menor, como podemos ver representada na Curva de MacLeamy (FIGURA 1). Para que realmente seja perceptível e mensurável os benefícios de custo / prazo / qualidade, é necessário envolver projetistas, fornecedores de materiais e serviços e demais participantes desde os estágios iniciais do projeto, pois estes podem contribuir com informações que resultam em modelos e produtos mais similares ao que realmente será construído.




Há dois fatores que são complementares a colaboração de todos envolvidos no projeto: processos internos e percepção de valor.

É imprescindível implementar processos internos de comunicação, para uma efetiva e ágil colaboração, em que todos tenham acesso às informações e aos modelos pertinentes. Soma-se a isso a necessidade de que todos tenham conhecimento técnico e teórico da metodologia, dos softwares a serem utilizados e que realmente acreditam no valor do BIM.

Enfatiza-se desta maneira, a importância do vértice pessoas para a efetiva implementação das metodologias.


Este artigo também foi publicado na plataforma de conteúdo para a indústria da construção civil, BUILDIN, parceira da DOX.


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Guilherme Marques Nogueira é Engenheiro Civil formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP. Conselheiro da PNM Tecnologia e integrante da equipe de operação da DOX. Atua na gestão e monitoramento do planejamento de obras da empresa, utilizando conceitos de Lean Construction e da metodologia BIM nos projetos que está envolvido. 

Imagem: Engenharia e Etc